domingo, 8 de setembro de 2013

62 obras sobre os principais pensadores da educação para download

O Mi­nis­té­rio da Edu­ca­ção, em par­ce­ria com a Unes­co e a Fun­da­ção Jo­a­quim Na­bu­co, dis­po­ni­bi­li­za pa­ra downlo­ad a Co­le­ção Edu­ca­do­res, uma sé­rie com 62 li­vros so­bre per­so­na­li­da­des da edu­ca­ção. A co­le­ção traz en­sai­os bi­o­grá­fi­cos so­bre 30 pen­sa­do­res bra­si­lei­ros, 30 es­tran­gei­ros, e dois ma­ni­fes­tos: “Pi­o­nei­ros da Edu­ca­ção No­va”, de 1932, e “Edu­ca­do­res”, de 1959. A es­co­lha dos no­mes pa­ra com­por a co­le­ção foi fei­ta por re­pre­sen­tan­tes de ins­ti­tu­i­ções edu­ca­cio­nais, uni­ver­si­da­des e Unes­co.
O cri­té­rio pa­ra a es­co­lha foi re­co­nhe­ci­men­to his­tó­ri­co e o al­can­ce de su­as re­fle­xões e con­tri­bui­ções pa­ra o avan­ço da edu­ca­ção no mun­do. No Bra­sil, o tra­ba­lho de pes­qui­sa foi fei­to por pro­fis­si­o­nais do Ins­ti­tu­to Pau­lo Frei­re. No pla­no in­ter­na­ci­o­nal, foi tra­du­zi­da a co­le­ção Pen­seurs de l’édu­ca­ti­on, or­ga­ni­za­da pe­lo In­ter­na­ti­o­nal Bu­re­au of Edu­ca­ti­on (IBE) da Unes­co, em Ge­ne­bra, que reú­ne al­guns dos mai­o­res pen­sa­do­res da edu­ca­ção de to­dos os tem­pos e cul­tu­ras.
In­te­gram a co­le­ção os se­guin­tes edu­ca­do­res/pen­sa­do­res: Al­ceu Amo­ro­so Li­ma, Al­fred Bi­net, Al­mei­da Jú­ni­or, An­drés Bel­lo, An­ton Maka­renko, An­to­nio Gram­sci, Aní­sio Tei­xei­ra, Apa­re­ci­da Joly Gou­veia, Ar­man­da Ál­va­ro Al­ber­to, Aze­re­do Cou­ti­nho, Ber­tha Lutz, Bog­dan Su­cho­dolski, Carl Ro­gers, Ce­cí­lia Mei­re­les, Cel­so Su­cow da Fon­se­ca, Cé­les­tin Frei­net, Darcy Ri­bei­ro, Do­min­go Sar­mi­en­to, Dur­me­val Tri­guei­ro, Ed­gard Ro­quet­te-Pin­to, Fer­nan­do de Aze­ve­do, Flo­res­tan Fer­nan­des, Fre­de­ric Skin­ner, Fri­e­drich Frö­bel, Fri­e­drich He­gel, Fro­ta Pes­soa, Ge­org Kers­chen­stei­ner, Gil­ber­to Freyre, Gus­ta­vo Ca­pa­ne­ma, Hei­tor Vil­la-Lo­bos, He­le­na An­ti­poff, Hen­ri Wal­lon, Hum­ber­to Mau­ro, Ivan Il­lich, Jan Amos Co­mê­nio, Je­an Pi­a­get, Je­an-Jac­ques Rous­se­au, Je­an-Ovi­de De­croly, Jo­hann Her­bart, Jo­hann Pes­ta­loz­zi, John Dewey, Jo­sé Mar­tí, Jo­sé Má­rio Pi­res Aza­nha, Jo­sé Pe­dro Va­re­la, Jú­lio de Mes­qui­ta Fi­lho, Liev Se­mio­no­vich Vygotsky, Lou­ren­ço Fi­lho, Ma­no­el Bom­fim, Ma­nu­el da Nó­bre­ga, Ma­ria Mon­tes­so­ri, Ní­sia Flo­res­ta, Or­te­ga y Gas­set, Pas­cho­al Lem­me, Pau­lo Frei­re, Ro­ger Cou­si­net, Rui Bar­bo­sa, Sam­paio Dó­ria, Sig­mund Freud,Val­nir Cha­gas, Édou­ard Cla­pa­rè­de e Émi­le Durkheim.

A gente morre todos os dias. Mas se esquece e levanta

Reflexão excelente, compartilho.
abraços;
Jota
Se tem algo que desperta muita ira em nós é o descontrole sobre a hora da nossa morte. E sobre o momento da nossa concepção e nascimento. Sentimo-nos, paradoxalmente, cada vez mais empoderados, tendo como cúmplices as sucessivas invenções das novas tecnologias. O domínio sobre o universo, objetos coisas e pessoas. A era glass, a era touch e a era do controle (a última apontando a implacável vigilância da internet sobre nossa minuciosa intimidade) convivem na atualidade, aparentemente de mãos dadas. Fato é que simulando nosso império volitivo e ditatorial sobre joysticks materiais e virtuais sentimo-nos firmes comandantes de navios nas ondas da web e da vida.
A gente morre quando acorda. Morre de tédio, de preguiça, morre de mesmice, ou não, como apregoaria Caetano Veloso, com aquela voz de fruta sumarenta e lenta degustada em algum recanto nordestino. Tem pessoas que já morreram faz tempo. E nunca desconfiaram disso. Morrem de medo de encarar o medo, de colocar a coragem debaixo de um braço e o medo apoiado no outro braço e prosseguir caminhando, como ressaltaria Brecht.
Morre-se de pavor de mudar cacoetes, opiniões, certezas, repetindo automaticamente velhos e ranhetas comportamentos. Morre-se de medo de encarar as verdades da alma, no espelho da consciência, cujos reflexos nem sempre soam agradáveis ou digestivos. Medo de e enfrentar a relação puída, mas mantida apesar do visível desgaste, devido às oportunas muletas financeiras e quiçá psicológicas. A gente morre na repetição infindável de defeitos pra lá de conhecidos, nossos e dos outros, e anunciados instante após instante em nossa gestualidade e fala reveladora.
Chico Buarque já entoava em sua composição “Cotidiano”: “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã”. Ou ainda, o seminal poeta clamava em “Construção” — de cuja música reproduzo um trecho:
“Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
“Morreu na contramão atrapalhando o sábado”.
Vivemos rodeados por mortes commoditizadas, sem rosto nem débeis desejos.
Como se salvar de tamanha e paralítica incompetência atitudinal? Tornar-se aficionado por séries televisivas centradas em zumbis ou vampiros, como “Resident Evil” e similares. Sabe-se que os zumbis namoram a eternidade. O protótipo da infinitude, ainda que se arrastem apodrecidos por terrenos estéreis.
A gente morre de frio e de mentiras. De amor escondido e expurgado pela covardia. De afeto enrijecido e estanque. Da flor não manifesta num discurso que se pretendia doce. Poetas, filósofos, estudiosos, escritores circularam o fascínio deste tema. Na religião, os espíritas, erguem a vitoriosa e redentora bandeira da reencarnação. O rabino Nilton Bonder especula sobre a salvação na obra “A Arte de se Salvar — Sobre Desespero e Morte”. Especialistas no assunto ocupam-se, como a dra. Elisabeth Kübler-Ross, fundadora da Tanatologia (estudo científico da Morte) de auxiliar doentes terminais em suas despedidas.
O cineasta Ingmar Bergman em “O Sétimo Selo”, elege a morte como personagem central da trama. Ariano Suassuna, dramaturgo e romancista apregoa: “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver”.
Muita gente morre de silêncio. Não joga para fora as fecundas cirandas do coração. Morre de ódio, de inveja. E finge que estes sentimentos, tão descivilizados e deselegantes, pertencem somente aos outros. De soberba, arrogância e interjeições também se morre. E ainda quem deixa a paixão morrer no sexo e faz amor sem prazer. Como quem come uma sobremesa de nariz entupido.
Alguns poetas passeiam com naturalidade pela finitude. Pois parece que sempre há algo de romântico em dizer adeus à existência. Mário Quintana divaga: “Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida, então, morrer também vale a pena”.
Há gente que morre de orgulho, mas não dá o braço a torcer. Criaturas que jamais conheceram a grandeza do perdão, do abraço, da palavra sem mascaramentos.
Impossível deixar de citar também o breve excerto de Manoel Bandeira, no poema “A Morte Absoluta”: “Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra. A lembrança de uma sombra. Em nenhum coração, em nenhum pensamento. Em nenhuma epiderme. Morrer tão completamente. Que um dia ao lerem o teu nome num papel perguntem: Quem foi? Morrer mais completamente ainda. Sem deixar sequer esse nome”.
Nosso amantíssimo Drummond, traça versos em carne viva em “Os Ombros Suportam o Mundo”. Sem qualquer anestesia metafórica, declara na estrofe final deste seu poema: “Alguns, achando bárbaro o espetáculo, prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação”.