sábado, 13 de setembro de 2014

Racismo no Brasil é institucionalizado, diz ONU

O racismo no Brasil é "estrutural e institucionalizado" e "permeia todas as áreas da vida". A conclusão é da Organização das Nações Unidas (ONU), que publicou nesta sexta-feira (12) seu informe sobre a situação da discriminação racial no país.

No documento, os peritos concluem que o "mito da democracia racial" ainda existe na sociedade brasileira e que parte substancial dela ainda "nega a existência do racismo".

Mas as constatações dos peritos da ONU, que visitaram o Brasil entre os dias 4 e 14 de dezembro de 2013, são claras: os negros no país são os que mais são assassinados, são os que têm menor escolaridade, menores salários, maior taxa de desemprego, menor acesso à saúde, são os que morrem mais cedo e têm a menor participação no Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, são os que mais lotam as prisões e os que menos ocupam postos nos governos.

Para a entidade, um dos maiores obstáculos para lidar com o problema é que "muitos acadêmicos nacionais e internacionais e atores ainda subscrevem ao mito da democracia racial". Para a ONU, isso é "frequentemente usado por políticos conservadores para descreditar ações afirmativas".

"O Brasil não pode mais ser chamado de uma democracia racial e alguns órgãos do Estado são caracterizados por um racismo institucional, nos quais as hierarquias raciais são culturalmente aceitas como normais", destacou a ONU.

A entidade sugere que se "desconstrua a ideologia do branqueamento que continua a afetar as mentalidades de uma porção significativa da sociedade".

Mas falta dinheiro, segundo a ONU, para que o sistema educativo reforce aulas de história da população afro-brasileira, um dos mecanismos mais eficientes para combater o "mito da democracia racial".

Justiça

Para a ONU, essa situação ainda afeta a capacidade da população negra em ter acesso à Justiça. "A negação da sociedade da existência do racismo ainda continua sendo uma barreira à Justiça", declarou, apontando que mesmo nos casos que chegam aos tribunais, a condenação por atos racistas é dificultada "pelo mito da democracia racial".

Para chegar à conclusão, a ONU apresentou dados sobre a situação dos negros no país. Apesar de fazer parte de mais de 50% da população, os afro-brasileiros representam apenas 20% do PIB. O desemprego é 50% superior ao restante da sociedade, e a renda é metade da população branca.

A expectativa de vida para os afro-brasileiros seria de apenas 66 anos, contra mais de 72 anos para o restante da população. Mesmo no campo da cultura, a participação desse grupo é apenas "superficial", e as taxas de analfabetismo são duas vezes superiores ao restante da população.

A violência policial contra os negros também chama a atenção da ONU, que apela à polícia para que deixe de fazer seu perfil de suspeitos baseado em cor da pele. Em 2010, 76,6% dos homicídios no país envolveram afro-brasileiros.

"Uma das grandes preocupações é a violência da polícia contra jovens afro-brasileiros", indicou. "A polícia é a responsável por manter a segurança pública. Mas o racismo institucional, discriminação e uma cultura da violência levam a práticas de um perfil racial, tortura, chantagem, extorsão e humilhação em especial contra afro-brasileiros", disse.

"O uso da força e da violência para o controle do crime passou a ser aceito pela sociedade como um todo porque é perpetuada contra uma setor da sociedade cujas vidas não são consideradas como tão valiosas", criticou a ONU.

Os peritos apontam que avaliam esse fenômeno como "a fabricação de um inimigo interno que justifica táticas militares para o controle de comportamentos criminosos".

"O direito à vida sem violência não está sendo garantido pelo Estado para os afro-brasileiros", insistiu o informe.

Governo

Para a ONU, houve um avanço nos últimos anos no esforço do governo para lidar com o problema. Mas alerta que muitos dos organismos criados não contam com financiamento suficiente e nem recursos humanos para realizar seus trabalhos. "Muitos ainda têm baixa visibilidade em termos de presença física e posição dentro dos governos dos Estados e dos municípios."

A ONU também denuncia a resistência de grupos políticos diante de projetos de leis que tentam lidar com a desigualdade racial. Os peritos declararam estar "preocupados que o progresso feito até agora corra o risco de sofrer uma regressão diante das ameaças de grupos de extrema-direita".

Mesmo dentro da estrutura do Estado, os afro-brasileiros são "sub-representados". Eles ocupam raramente uma posição de chefia e, em Salvador, a única secretaria municipal comandada por um negro é a da Ação Afirmativa. O município conta com 12 secretarias.

Fonte. UOL

3.0


Antes de iniciar uma breve resenha sobre o tema, farei uso dos versos finais de uma linda canção:

“Mas aí me lembro: Rapaz, você está nos trinta”.
E grito: “tempo, pare um pouco para eu respirar”!
Ainda não consegui ser a metade do que deveria ser! “

Pois é, lá se foram quase 30 anos, quantos momentos, quantas vidas. Como diz um importante pensador: “Contas os dias de nada adianta, pois uma boa vida se avalia pelos momentos que vivemos”. A propósito, aprendi que para uma melhor compreensão de uma história, não devemos interpretá-la do inicio até aqui, mas olhar para trás retornar até o inicio.  Quando faço isso, tenho uma visão ampla de todos os eventos passados até aqui. Modéstia às favas tenho memória suficiente de registros de inúmeros fatos.

Embora sejamos envenenados desde a infância com estórias de que vamos ser/seríamos isso ou aquilo, a vida pode sempre tomar outro rumo, pois compreendi que depende de vários aspectos; Primeira, quem está contando essa história? Segundo, para quem é a história? E, principalmente, nossas escolhas, pois como nos orientou a Banda o Charlie Brown Jr: “Nossas escolhas dirão para onde iremos”.

A considerar onde hoje estou em paralelo com meu local de origem, não sei explicar para onde estou indo. Mas tenho plena certeza que dobrei as regras e enganei expectativas alheias. Não quero aqui fazer aquele discurso barato de infância pobre, sofrida ou como dizem por aí erroneamente causando em mim profundo desespero: Veio de família humilde.  

Por aquilo que mais acredita, entenda; humildade nada tem com situação socioeconômica, humildade é uma qualidade, um sentimento que há ou pelo menos devia existir em todos nós. É aquela questão fundamental de compreender que todos, sem exceção, temos o mesmo peso sobre a terra.

A infância que tive foi aquela e ponto final.  Sim, trabalhei cedo, tive atividades diversas, mas, mesmo assim, tive uma ótima infância.

Como não se lembrar dos tempos do colégio? Dizem os “especialistas” que é a melhor fase da vida. Em última análise, sem receio de equívoco, acredite nessa afirmação. 
As responsabilidades adquiridas após o termino do colégio são infinitamente chatas. Não que eu não goste de responsabilidades, é que são chatas mesmo. Embora, por outro lado, ganhamos aquilo que sonhamos desde os 15 aninhos: Independência.

Não há como escapar de admitir que, quando no colégio, fui um aluno medíocre. Não posso assumir a forma de aluno exemplar ou excelente, entretanto não fui o pior aluno. Talvez tenha me faltado um pouco mais de interesse e, também quem sabe, tenha talvez faltado quem despertasse mais interesse em mim. Enfim, o mais importante é concluí os estudos e nunca desde o inicio tive alguma aversão à escola.  

A parte ruim de guardar na memória certamente são as amizades que se foram, quando cada um segue o seu caminho como se aquele laço se limitasse ao período escolar. Mas aprendi que isso é inerente à vida. Muita gente passa, deixa aqui suas marquinhas e com certeza leva um tantinho de nós também.

Tenho aprendido muito sobre amizade observando minha Mãe. Embora eu tenha amigos, minha Mãe é, sem dúvida, meu melhor amigo. Sempre quando temos um tempo, sentamos para tomar uma cervejinha e resenhar sobre vários tópicos. É a pessoa que nunca me botou medo sobre nada, nunca nos permitiu (eu e meus irmãos) sentir qualquer sentimento de inferioridade. Isto sem tocar no assunto. Nunca disse algo do gênero: Olha meu filho, as coisas serão difíceis para vocês ou isso não é para vocês. Talvez se ela tivesse dito algo dessa natureza teria mudado o rumo de nossas vidas, acredito. Uma pessoa que sempre me aconselhou: Para saber se vai dar certo, você tem que ir e experimentar. Sobre amizade ela sempre foi sensata, em suas palavras: “Meu filho, na medida em que a gente vai ficando velho, vai rareando”. E assim tenho observado.

Dias atrás conversando com um senhor, ele questionou: Que idade você tem?

Disse: Estou nos trinta.

Ele então disse: Rapaz, você é jovem demais. Quem me dera se eu tivesse trinta anos.

Estive pensando sobre essa afirmação. Será que sou jovem demais? Sei não.

Meu histórico familiar me permitiu ter uma filosofia de vida diferente dessa que nos é apresentada como factual. Sim, talvez eu tenha muita vida pela frente, como também, não. Embora toda preferência esteja na primeira opção. Vejo uma imensa perversidade nessa busca pelo amanhã, esses planos em longo prazo. 

Diariamente negligenciamos o presente, sempre estamos no amanhã, como se hoje fosse uma garantia do amanhã, mas, a vida tem incessantemente nos provado o contrário. Evidente que não vamos torrar a vida hoje e começar tudo novamente amanhã, mas é necessário um equilíbrio. Às vezes tenho a impressão que a coisa mais importante a fazer é amanhã, pois hoje já não tenho tempo mais.

Este é um fato extremamente particular, talvez nunca aqueles que me conhecem me ouviram falar sobre esse tema. Perdi meu Pai nos seus “poucos” 27 anos de idade. A questão não é como aceitar ou lidar com a situação, a grande questão é que a vida se apresenta assim. Só contamos com morte na velhice, eu não. Por este motivo tomo os cuidados necessários. Duas questões: Primeira, não tenho medo, segundo, não tenho nenhum pensamento sobre isso.

Encerrando este tema, para finalizar;

Com a pouca experiência que adquiri nesses quase trinta, tenho andado devagar. Observado mais e ouvindo mais. Tenho a segura impressão de que quanto menos falo, mais os conteúdos se tornam claro. Nesses quase trinta aprendi a não romantizar certas coisas, mas dar mais amor a minha família, meus amigos e, ainda mais, a família que eu e minha namorada, mulher, companheira, amiga (Keila) estamos construindo.

Três pensamentos tatuados na alma:

“Às vezes, uma vida inteira cabe num momento”.

“Um minuto é tempo suficiente para mudar tudo para sempre”.


“E onde a sorte há de te levar, saiba: O caminho é o fim mais que chegar”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Para reflexão


Crianças "Adultas"

Lendo o debate sobre este tema na rede social, é perceptível que muita gente desconhece ou acredita que a publicidade infantil sempre foi dessa forma. Alguns chegam a dizer: "Não vejo nada de estranho nisso" Estão exagerando, são crianças, não dá para notar sexualidade nisso". Veja as imagens e leia o texto. Faça uma pausa para reflexão.







Pernas abertas, calcinha aparecendo, blusa levantada. Se fossem modelos adultas, estaríamos discutindo aqui no blog, mais uma vez, a objetificação do corpo mulheres. Mas são crianças e as fotos, do ensaio “Sombra e água fresca”, publicado pela revista Vogue Kids em setembro, praticamente falam por si. 

 “Muitas vezes quando pensamos em pedofilia imaginamos um tio pervertido ou em um cara se escondendo atrás de um computador, ou de algo escondido, secreto. Mas a gente não fala de uma cultura de pedofilia, que está exposta diariamente, onde a imagem das crianças é explorada de uma forma sexualizada. A Vogue trouxe um ensaio na sua edição kids com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Alguns podem dizer que é exagero. Que é pelo em ovo. Eu digo que enquanto a gente continuar a tratar nossas crianças dessa maneira, pedofilia não será um problema individual de um ‘tarado’ hipotético, e sim um problema coletivo, de uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos”, afirmou a roteirista Renata Corrêa, uma das primeiras a criticar publicamente a revista.

 A arquiteta Tuca Petlik conta que ficou chocada quando viu a matéria. Foi ela quem tirou as fotos acima – editadas para preservar a identidade das meninas. “Como ninguém que trabalhou na matéria questionou? Produtor, maquiador, fotógrafo, diagramador, revisor, diretor de arte, editor de texto, direção… Ninguém se ligou que estava um pouco demais? Que dureza ver que ainda temos um caminho tão longo para percorrer em busca de uma sociedade que valorize a infância, que proteja nossas crianças, que não veja a mulher e seu corpo como mercadoria, que amplie os ‘modelos de beleza’. etc… 

É triste”. Tuca é mãe de Maya, de dois anos. “Como mulher, como mãe, como mãe de uma menina, eu sinto revolta”. Yolanda Domínguez, artista plástica espanhola que já realizou performances no Brasil questionando a indústria da moda, afirma que “é alarmante a sexualização prematura a que as meninas são submetidas por meio de bonecas (Brads, Barbies…), desenhos animados e agora, a moda. Essas imagens possuem uma clara conotação sexual: meninas com pernas abertas, deitadas, levantando a camiseta ou trazendo um peixe para a boca. As meninas aprenderão que atitude se espera delas”. Yolanda, que é editora do site Strike the Pose, avalia que a Vogue cometeu um erro enorme e defende que a revista “deveria pedir desculpas imediatamente”. 

O blog apurou que algumas pessoas já fizeram denúncias ao Ministério Público e que instituições de defesa da criança e do adolescente preparam-se para uma ação coletiva. Mas segundo a Ferraz Assessoria de Imprensa, que cuida da conta da revista, até o momento não há nada a declarar porque “não chegou nenhuma notificação. Tudo o que existe são burburinhos na internet”.

Fonte. http://mairakubik.cartacapital.com.br/2014/09/11/vogue-kids-faz-ensaio-com-criancas-em-poses-sensuais-e-pode-ser-acionada-pelo-mp/

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Publicidade

Agência: DDB da Polônia 

 Anúncio: Você pode perder mais que sua paciência quando fica nervoso com seus filhos.


Suicídio


Voltei, e o tema é :

Uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos em alguma região do planeta. A estatística assombrosa foi revelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu primeiro relatório mundial sobre o assunto. Para cada indivíduo que morre desta forma, mais de 20 já tentaram. 

A pesquisa mostra que o suicídio é um problema de saúde pública global que atinge todas as faixas etárias, acontece com frequência em todos os países e por diferentes razões. 

A ideia de que o ato tem relação com doenças mentais, como depressão, por exemplo, é consolidada. Entretanto, a entidade chama a atenção para outros fatores que podem contribuir para que uma pessoa recorra ao ato. 

"Muitos suicídios acontecem em momentos de crise com o enfraquecimento da habilidade de lidar com os problemas da vida, como problemas financeiros, fins de relacionamentos amorosos, dores crônicas e doenças", explica a OMS. 

Nos países de alta renda, o grupo mais vulnerável é o de homens com mais de 50 anos. Já em países de baixa ou média renda, o foco está em mulheres com mais de 70 anos e jovens adultos, entre 15 e 29 anos. Neste último grupo, o suicídio se tornou a segunda maior causa de mortes, atrás apenas de acidentes de trânsito. 

Estes países são ainda os líderes neste tipo de morte. Dos 804 mil casos registrados em 2012, 75,5% aconteceram nestes locais. Um dos motivos para o alto índice, constata a OMS, é o fato de que a maioria deles sequer conta com recursos e serviços adequados para o tratamento de quem os necessitam. 

Por ser um assunto sensível entre a população e até ilegal em muitos países, como na Índia, por exemplo, onde foram registrados quase 260 mil casos em 2012, a OMS teme que a quantidade de suicídios no mundo seja ainda maior. Mas a entidade lembra que a prevenção é possível. E uma das medidas mais eficazes, diz o estudo, é a restrição ao acesso aos principais meios de suicídio, como armas e pesticidas. 

JAPÃO 

O Japão é citado no estudo como exemplo. Em 1998, o país enfrentava uma grande crise econômica que acabou por impactar de forma severa os números relacionados ao suicídio. Naquele ano, foram registrados 32.863 casos — contra 24.391 no ano anterior. 

A virada começou em em 2002, quando filhos que perderam seus pais começaram a compartilhar suas experiências e o governo passou a tratar a questão como saúde pública, criando políticas preventivas que abordavam questões psicológicas, econômicas e culturais. O resultado: em 2012, o número de suicídios ficou abaixo dos 30 mil pela primeira vez em mais de dez anos.

Fonte. Planeta Sustentável