sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde 

Comunicação

Para quem acredita que o nosso direito à comunicação é respeitado, não pode deixar de conferir esse vídeo. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Dama Que Palita os Dentes

Queria comentar esse texto, porém, é desnecessário pela riqueza do conteúdo. Leia com muita atenção.

Quando eu menos esperava, alguém disse ao meu lado: “Por que você não escreve sobre a morte?”.
(…)


Pois, como escrevi e disse várias vezes, somos uma sociedade agitada, mas sem muita alegria.


Muita gritaria, pouca comunicação. Muita exibição de sensualidade, tantas vezes artificial e forçada, mas pouco amor.
Muito palavrório, pouca realização.


Muitas receitas sobre como educar os filhos, por exemplo, e a meninada tantas vezes sem compustura ( e nós?, e nós?), cheia de exigências, quando deveria era reclamar por estudo melhor, mais rigoroso, mais exigente, melhores professores, mais bem pagos e mais exigidos também. Mas queremos tudo simples e simplificado, queremos logo um bom emprego, de preferência de chefe, claro, quem quer ter de subir no emprego, quem quer ter de subir na vida?


A gente quer estar logo no topo, ganhando bem, e nada de supervisor espiando por cima do ombro para ver se estamos trabalhando no computador ou entrando no face, no twitter, na pornô.
A gente não quer saber de nada sério, morte é coisa de velho,porém, como dizia a Clarice, a Lispector, ” um dia, tinha se passado vinte anos.”


Um dia terão se passado quarenta anos, cinquenta, e a gente não vai nem saber que viveu, porque viveu, como continua vivendo.


” Desperdício” é uma das palavras que mais detesto na nossa língua e na nossa realidade. Desperdício de comida e dinheiro, de esforço, e de vida.


Desperdício dos afetos, quando enganamos ou traímos. Quando somos irresponsáveis feito adolescentes eternos, e não acho graça nenhuma nisso. Atitudes de criança e de adolescente são toleráveis ou até graciosas na idade devida. Depois ficam chatas, depois ficam inconvenientes, ficam burras.


Quando penso na morte, não é só como a sombra da separação, mas como esse enigma que nos espia no fundo de um espelho onde, se sorrimos, nosso reflexo pode não sorrir - e aí o que a gente faz? Aí a gente se arrepende das besteiras, das bobagens, não daquelas naturais, normais - porque não somos perfeitos, que os deuses nos livrem das pessoas exemplares - mas da grande bobagem de ter vivido sem perceber, sem curtir.


Não a curtição da bebida, da droga, da promiscuidade, mas da coisa profunda e gostosa dos bons afetos, da maravilhosa natureza. Dos trabalhos humanos que nos fizeram chegar das cavernas dos trogloditas até a mais apurada tecnologia que nos permite ver e ouvir pessoas amadas a milhares de quilômetros de distância, conhecer culturas, entender gentes, apreciar a arte, percorrer a natureza a mais remota, sem sair da mesa do computador.


O olhar da velha dama à espreita com seus olhos de gato, palitando os dentes como se não tivesse pressa, pode nos levar a mudar um pouco o mundo,sendo interessados, descentes, compassivos, leais. Isto é o que, talvez, a ideia eventual do efêmero de tudo pode nos trazer, sem drama: a consciência do nosso valor, da nossa capacidade, da nossa importância.
Lya Luft
Fonte:
(Veja, edição 2244 - 23/11/2011 - página 28).

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Capitalismo, TICs e consumismo.

O capitalismo sustenta-se no fomento incessante ao consumismo, acelerando a acumulação por uma parte da sociedade. Trata-se de um modelo em que a necessidade de consumo é explorada de forma sempre crescente, a fim de manter o melhor desempenho de seus agentes constituintes com o máximo de retorno e, desta forma, funcionando o todo social. Os esforços para estimular uma sociedade movida pelo consumo crescem de maneira gradativa, com publicitários, especialistas em marketing, executivos em geral e empresários ocupando-se em trazer soluções de consumo para a nova massa que surge, ao mesmo tempo em que cria atrativos para os segmentos já integrados, provocando a inovação permanente. Para tanto, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são grandes aliadas. Elas possibilitam o desenvolvimento de produtos cada vez mais bem elaborados e portadores de funções facilitadoras, gerando na sequência novas necessidades e o must buy. O celular e a internet são exemplos já incorporados ao cotidiano e ao modo de vida dos cidadãos, agindo, inclusive, como agentes transformadores das relações sócio-econômico-culturais. Explora-se, com o estímulo a novas necessidades, o desejo de se estar dentro do circuito do mais novo, melhor e mais funcional dos mundos, incentivando a constante renovação dos dispositivos tecnológicos. É o ciclo do consumo sem fim, onde a obsolescência forçada é fundamental. O enigma da superação A tecnologia tem um papel essencial na facilitação do consumo, estimulando a compra impulsiva e desnecessária, desta forma beneficiando corporações e dando força à orientação econômica vigente. Nesse quadro inserem-se as lojas online, acessíveis sem sair de casa através de mecanismos que permitem o pagamento por esses produtos de forma rápida e segura com alguns cliques de mouse e via cartão de crédito (na maioria das vezes com juros elevados pela não quitação integral do débito, gerando endividamento elevado e contínuo). Dentro de algum tempo, a TV digital trará a possibilidade de comprar produtos de comerciais com o próprio controle remoto, pois tudo estará interligado, se definido o canal de retorno. 


 Circula na internet o vídeo We Are the Future (Nós Somos o Futuro, disponível aqui), em que adolescentes na faixa de 13 anos argumentam que os profissionais de marketing devem rever a maneira de fazer comunicação. A justificativa é que a massa consumista está crescendo de tal modo que o futuro das marcas será por ela determinada. Comentam sobre os formadores de opinião, salientando ser necessário que as empresas paguem esses consumidores alfas, pois sua atitude influenciará diretamente os padrões de compra generalizados, o que reforça a ideia de que todos cada vez mais trabalham pelas marcas, gratuitamente, como se isto fosse inclusão. Sendo o consumo a base da economia capitalista, de produção e demanda, de compra e venda, os profissionais responsáveis pela criação de uma condição favorável à aceleração da circulação estão cada vez mais atentos, ousados e valorizados. Suas investidas criam situações não raro inimagináveis, sempre procurando favorecer a circulação de mercadoria e capital. A pergunta que fica no ar é até quando tudo isso será sustentável. Chegará o dia em que o próprio ser humano será colocado para comercialização como um bem de consumo? Ou esse dia já chegou, sem que nem fosse percebido? Tudo isso denota a existência de um sistema que, longe de ser autossustentável, traz o enigma de sua superação na sua própria concepção. 


 *** [Valério Cruz Brittos e Jéssica M. G. Finger são, respectivamente, professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos e graduanda em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda na mesma instituição] 


 Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed671_capitalismo_tics_e_consumismo

Como montar uma apresentação

Durante o andamento do curso Técnico em Publicidade, fazemos muitas apresentações. Acredito nesse método utilizado pelo SENAC. Acredito que a pratica sempre será mais importante que a teoria, embora teoria também tenha sua relevância. Sempre recebo com muita atenção as observações feitas pelos professores no que diz respeito as nossas apresentações. Vender uma ideia, um conceito não é tão simples. Isso exige uma apresentação bem estruturada, com argumento convincente, mas não se trata apenas de expor uma ideia com intuito de convencer. Vai muito mais além, estou falando de uma ideia que de fato funcionará tanto no pratico como no teórico. Olhando meu facebook, encontrei um vídeo que aborta este tema, de como montar uma apresentação de forma correta e criativa, com ótimas dicas de como evitar aquelas apresentações chatas. O vídeo é uma aula. Para quem trabalha no ramo ou tem um trabalho que envolve apresentação, indico o vídeo abaixo.  




Sensacional.

Dance como se ninguém estivesse olhando

É tão bom quando se tem oportunidade de participar de algo que contribui. De uns tempos pra cá tenho me importado muito com o que faço com o que digo e, principalmente com o que quero pra minha vida. Se isso que chamamos de vida é de fato uma passagem, imagino que o compromisso seja mais sério do que imaginamos. Então, acredito vale deixar uma contribuição sincera, algo que valha para as pessoas. 


 Toda essa modernidade trouxe consigo um pensamento que na minha humilde opinião está adoecendo o mundo. Lute e conquiste seu espaço, seja como for, e lembre-se: Quanto mais, melhor. Devíamos sim lutar por um mundo mais justo, buscar somente o necessário. Cada vez mais percebo um mundo tomado pelo egocentrismo. A coletividade vem perdendo espaço e significado. Está havendo uma enorme transformação na maneira de pensar/encarar os desafios diante do que chamamos de vida. Pode até parecer exagero da minha parte, mas noto que a cada dia estamos menos humanos. 


 Esse vídeo é o resultado de um trabalho para o curso Técnico em Publicidade do SENAC, unidade São José do Rio Preto. Fico imensamente feliz por ver o resultado final de um trabalho que foi conduzido com muita seriedade por todos que estiveram envolvidos nesse projeto. Espero que todos gostem, aliás, fiquem à vontade para compartilhá-lo também.