quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Quando sóis sós.
O título é tão somente sobre aquela condição em que nós nos encontramos a sós (ah! essa ambiguidade adorável da nossa língua). Quando não escapamos daquele encontro que nos faz refletir na mais profunda intimidade sobre nós mesmos. Como é bastante usual nos diálogos atuais: Quem nunca?
A diferença é a que maioria de nós mantém esses detalhes encobertos. Nesse tempo onde a superficialidade sobressai em razão da dinâmica que as redes sociais nós impões, mesmo que de modo inconsciente. Ou seja, quando não a percebemos. E qual dinâmica seria essa?
É aquele substantivo que já garantiu incontáveis livros e receitas que, nenhuma delas (es), garantiu-nos algum resultado que possa ser aplicado a todos de igual modo como seus manuais indicam: Felicidade.
A ideia ou ideal de felicidade plena parece-me o engodo da existência humana. É impossível haver um estado de satisfação incessante. O desprazer é o equivalente para compreensão da existência. Exemplifico de modo simples: Para que nos serviria a água se não houvesse sede? Embora possa parecer óbvio, deixo-lhe um conselho: Não repare. Reflita.
As redes sociais não foram constituídas para serem muros de lamentações, ao contrário, elas ali estão para amplificar nossos melhores momentos, mesmo que nem sempre reflitam nosso verdadeiro estado de espírito. Em alguma postagem anterior a esta há um vídeo que evidencia o que acabo de afirmar de forma bem objetiva. Clique no Link - De se PEnsar
Mesmo que não estejamos acostumados a pensar sobre este detalhe, a todo instante alguém está nessa conexão consigo mesmo. Afinal, quem não tem problemas, aflições, medos, receios ou dúvidas? Estamos tão acostumados com o que nos foi e é sugerido que quando alguém foge à regra, as pessoas agem de modo a não compreender que o outro está querendo dizer. Isso é bastante visível em rede social, quando alguém está num estado mais enfraquecido e acaba deixando escapar numa publicação suas dificuldades ou aflições diante de alguma situação penosa que a vida às vezes o impôs. Nessa circunstância há três tipos de reações. A primeira, é a zoeira propriamente dita: "Fulado (a) está com frescura". "Fica assim não, migo (a)". "Está apaixonado". Segundo, os rebatedores. Que são aqueles que oferecem ou um apoio moral ou se contrapõe ao conteúdo numa espécie de tentativa de injetar um ânimo, ambos sempre dispostos a mostrar que existem outros caminhos. E o terceiro, observadores. São aqueles que sempre estão lendo mas nunca optam por qualquer intervenção.
Fato é que cada vez temos visto mais essas manifestações em redes sociais e tem, em muitos casos, nos faltado compaixão. "Quando sóis sós" e sentimos uma necessidade inexplicável de exprimir aquilo publicamente, significa entre tantas outras coisas que somos portadores de humanidade. Por mais que o mais otimista dos homens não admita, em seu íntimo ele sabe quais são suas mazelas e como é viver na sua própria pele. O que não se pode de modo algum é ignorar nossa frágil natureza e vestir esse manto da hipocrisia que supõe uma tal "felicidade plena", atendendo a postura narcísica que nos solicita as redes sociais. Façamos desse espaço também para refletirmos sobre o lado B da vida. Embora não seja nosso costume admitir é intrínseco, essas ondulações são da própria vida e não devemos ignorá-las em nome de falso sentimento de que tudo sempre está bem.
P.S Meu ponto de vista sobre a felicidade, sigo integralmente Freud, que afirma:
"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz".
Por hoje é isso!
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