quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O que está acontecendo com a música?



Acredito que todos gostem de música. Aliás, nunca conheci alguém que não gostasse de ouvir música. Será que existe alguém? Nesse mundo maluco não é de se duvidar, não é? A música consegue exprimir todos sentimentos. Noto que hoje a música tomou uma proporção além daquilo que foi imaginado um dia. Ficou popular, hoje “todos” fazem música, ela se transformou completamente em negócio. A música pode sim ser mais um produto para nós consumidores, mas não se pode perder o objetivo da música. Encantar, emocionar, ser forte, tocante, verdadeira e original. 


Com todo o aparato tecnológico disponível hoje, tornou fácil produzir música. Todas as semanas milhares de novas músicas surgem. Já não existe aquele capricho de antigamente. Tenho a impressão de que a qualidade foi deixada em segundo plano. O que vale é criar uma música chiclete para virar a próxima moda de alguma estação. A tecnologia também possibilitou o acesso às músicas com mais facilidade. Nesse ponto acredito sinceramente que o rádio perdeu muito do seu charme por conta dessa comodidade oferecida pela tecnologia. Antes, era pelo rádio que ouvíamos os lançamentos. Demorava um bom tempo para o disco chegar às lojas. Já hoje em instantes de pesquisa e alguns cliques, lá está à música no seu HD. Aquela ânsia pela descoberta de um trabalho inédito já não existe mais.


 Chamar tudo que toca por aí de música é muito triste. A música é uma arte e cada vez mais está ficando simplório. Algumas pessoas sempre dizem que esse discurso é infundado. É bem simples, vou propor um desafio. Tente se lembrar de dez músicas de 2000 para 2005, mas tente se lembrar do ano exato. Agora volte até os anos 80 e faça o mesmo e note a diferença. Pode parecer um papo saudosista, mas não é, o fato é que tudo está indo rápido demais. A música perdeu o sabor, apenas quer a massa, quer ser consumida não pelo sabor, mas pela maior quantidade de pessoas. Não temos tempo de avaliar, de ouvir com calma, de saborear o trabalho. O disco já vem com as músicas que devem ser (ouvidas) trabalhadas e, em questão de meses um novo disco chega às lojas. O valor maior está na quantidade e não na qualidade. As letras das músicas mais tocadas no Brasil são sempre de conteúdo com forte apelo sexual, até o duplo sentido perdeu espaço, pois vale ser direto e descarado. Não vejo vantagem, pois isso faz com que à música diante de sua grandeza, sentido e poder seja desvalorizada por ser aceita de qualquer forma.




"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende."
                                                                                          Schopenhauer

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